O Corpo de Bombeiros encontrou na manhã deste domingo (9) a oitava vítima da tragédia em Capitólio, cidade turística de Minas Gerais, a cerca de 300 km de Belo Horizonte. No sábado (8), uma rocha se desprendeu de um paredão e atingiu quatro lanchas com turistas. Sete corpos já haviam sido localizados no sábado. A operação de busca com mergulhadores foi reiniciada às 5h deste domingo. Chove bastante no local.
Segundo o major Rodrigo Castro, a oitava vítima era um homem e o corpo estava submerso. Ele foi resgatado, levado para o posto de comando e passará pelo trabalho de identificação. Duas pessoas continuam desaparecidas.
Pelo menos oito pessoas morreram no acidente — todas elas estavam na mesma embarcação, que tinha a identificação do nome “Jesus”. Os corpos das vítimas são encaminhados para o IML de Passos (IML), para realização do exame necroscópico que deve indicar a causa de morte, se houve afogamento ou politraumatismo contuso, e também inclui exame toxicológico.
Ao menos 27 vítimas foram atendidas em hospitais da região e liberadas, sendo 23 na Santa Casa de Capitólio e quatro na Santa Casa de São José da Barra. Três seguem hospitalizadas: duas na Santa Casa de Piumhi (com fraturas expostas) e uma na Santa Casa de Passos, com quadro de saúde estável. Uma mulher que teve a orelha dilacerada e foi atendida em Passos recebeu alta médica neste domingo.
Segundo o Corpo de Bombeiros, 50 militares trabalham na operação, entre membros da corporação e da Marinha do Brasil. Onze mergulhadores ajudam na busca aos desaparecidos.
De acordo com os bombeiros, o desabamento no paredão em Capitólio ocorreu entre 12h30 e 13h. Quatro embarcações foram atingidas com o impacto da queda da rocha (direta e indiretamente). São elas: embarcação EDL (14 pessoas foram resgatadas com vida); Jesus (oito pessoas morreram e outras duas seguem desaparecidas); uma lancha vermelha, sem identificação (10 socorridas); e Nova Mãe (9 socorridos).
As autoridades estimam que de 70 a 100 pessoas estavam no local no momento da tragédia.
Cerca de duas horas antes do desabamento da rocha, a Defesa Civil de Minas Gerais havia emitido um alerta para chuvas intensas na região com possibilidade de “cabeça d’água” —não se sabe se existe alguma norma que proíba a entrada de turistas nessa situação no local onde ocorreu o acidente.
Na tarde do sábado, a Marinha havia informado que investigaria por que os passeios foram mantidos mesmo após os alertas. Depois, emitiu comunicado dizendo que “o ordenamento do espaço aquaviário onde ocorreu o acidente está sob a jurisdição da Prefeitura de Capitólio”.
Também por meio de nota, a administração municipal afirmou no sábado que “expressa profundo pesar” pelo acidente. “Seguimos buscando apurações sobre a fatalidade referente ao número total de vítimas”, relata o texto.
A Polícia Civil anunciou que os peritos criminais foram até o local do desabamento para identificar os danos e as causas do acidente.
Governador cancela visita por mau tempo
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), cancelou sua ida a Capitólio neste domingo por causa do mau tempo na região. No sábado, ele lamentou o acidente por meio de mensagem publicada nas redes sociais e disse à GloboNews que pretendia ir ao local neste domingo.
“Por causa das fortes chuvas que atingem Minas Gerais, as quais inviabilizam as autorizações e condições para voo, o governador Romeu Zema não irá a Capitólio neste domingo. Nova data para a viagem será anunciada em breve”, informou a Secretaria de Governo.
“Sofremos hoje a dor de uma tragédia em nosso estado, devido às fortes chuvas, que provocaram o desprendimento de um paredão de pedras no lago de Furnas, em Capitólio. O governo de Minas está presente desde os primeiros momentos através da Defesa Civil e Corpo de Bombeiros”, disse Romeu Zema (Novo), governador de MG.
Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) não fez menção às famílias das vítimas, mas definiu a tragédia como um “lamentável desastre”.
“Tão logo aconteceu o lamentável desastre em Capitólio (MG), a Marinha deslocou para a região equipe de socorro da Força. Desde então, a Marinha vem atuando no resgate de vítimas e transporte de feridos para a Santa Casa local. A Marinha atua ao lado do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, bem como de outros órgãos oficiais e voluntários”, publicou.
Por meio de nota, a Eletrobras Furnas, principal empresa a operar na região, “lamenta profundamente essa tragédia e se solidariza com as vítimas e seus familiares”.
Fonte: UOL