A técnica de enfermagem que aplicou doses vencidas de vacinas contra a Covid-19 em crianças de Lucena contou, em depoimento dado ao Ministério Público Federal (MPF), que adultos também receberam o imunizante com o prazo fora da validade.
O depoimento foi dado na tarde do domingo (16). Segundo a depoente, ela foi contratada pela Prefeitura de Lucena no dia 22 de novembro do ano passado para auxiliar médicos e ser vacinadora de crianças, adultos e gestantes, tendo começado a aplicar imunizantes de Covid-19 desde dezembro até a última sexta-feira (14), quando foi afastada.
Ela alegou que sua função era só vacinar e que não tinha acesso ao cadastro de vacinação, não sabendo em quantas pessoas aplicou o imunizante e que no dia da vacinação em crianças “havia muita gente”, mas que recebeu ordem superior para vacinar todos que chegassem.
A técnica disse que não recebeu treinamento para a imunização e que a comunicação com a prefeitura era muito difícil. Ela também relatou que estava sozinha no dia em que vacinou criança, sem “coordenadora, enfermeira, médica ou dentista”, acompanhada apenas de um agente comunitário de saúde.
Segundo a depoente, a vacinação em crianças aconteceu apenas no dia 7 de janeiro na UBS V Estiva e em uma âncora que ficava no assentamento Outeiro de Miranda, pertencente ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, disse que pelo menos 60 crianças receberam doses do lote vencido em Lucena e que elas serão revacinadas dentro de 30 dias.
De acordo com o MPF, a responsável pela UBS será ouvida nesta terça-feira (18).