Por Valter Nogueira
A gestão do prefeito Cícero Lucena, primeiro, anunciou a possibilidade de reabrir uma via no Largo de Tambaú, como forma de permitir o trânsito de veículos no local. Hoje, o local é espaço de lazer e ponto de encontro de famílias. Agora, a artilharia das máquinas da Prefeitura de João Pessoa mira a Quadra de Tambaú, sob o pretexto de mobilidade urbana.
A ideia parece fixação por tráfego de veículos em lugares impróprios, em áreas fechadas anteriormente justamente com o propósito de oferecer ao cidadão áreas de esporte e lazer.
A intervenção vai na contramão do que preceitua a urbanidade, do que vem sendo feito hoje em dia em cidades-modelo, por assim dizer.
Atualmente, projetos urbanísticos priorizam parques e praças, áreas verdes, áreas de circulação, convívio social, ao tempo que afastam de tais localidades o trânsito de veículos automotores.
Moradores que não concordam com a obra fizeram protesto no local. Eles destacam que o espaço é utilizado para a prática de atividades físicas e lazer; a quadra já faz parte da rotina da população.
O pessoal relata que as obras na quadra começaram sem a finalização da reunião da consulta popular com a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana da capital (Semob-JP).
Prefeitura
De acordo com a Semob-JP, a intervenção tem como objetivo melhorar a mobilidade de veículos no local.
Entre os argumentos, se sobressai (ao avesso) a justificativa do secretário George Morais, titular da Semob-JP.
À imprensa, George disse: “Na Secretaria de Planejamento, lá é uma rua e assim será colocada para circulação de veículos”, ressaltou.
– Que argumento, hein! O que há na Secretaria de Planejamento é imutável?
O calçadão da Duque de Caxias, por exemplo, era rua, mas que foi fechada para o tráfego de veículos, garantindo mais circulação às pessoas que caminham no centro da bela Filipéia de Nossa Senhora das Neves.
Política Nacional de Mobilidade Urbana
A Política Nacional de Mobilidade Urbana, instituída pela Lei nº 12.587 de 3 de janeiro de 2012, determina que qualquer obra de mobilidade urbana deve priorizar pedestres e ciclistas, depois transporte público e por último transporte motorizado individual. Neste último caso, entram os automóveis e as motos.