Por Kelyanne Carvalho
A situação econômica da maioria dos brasileiros não está tranquila e a perspectiva não é nada “animadora”, visto que provavelmente a inflação não vai cair, segundo dados recentes. Diante do atual cenário, o maior causador de dívidas é o cartão de crédito.
No mês passado, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu 1,62%, sendo o patamar mais alto para o mês de março desde 1994, quando nem existia o Plano Real. Considerando o acumulado em 12 meses, o IPCA avançou 11,3%, de acordo com o IBGE.
O aumento da inflação, ocasionado especialmente pelos alimentos e transportes, fez com que os consumidores brasileiros recorressem ainda mais ao cartão de crédito para fazer as compras de produtos básicos no supermercado.
A última pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada em 31 de março pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que 77,5% das famílias brasileiras estão endividadas, sendo 87% no cartão de crédito. Dados do Serasa revelam que a dívida de cada brasileiro está em média R$ 4.042,08.
Entre os mais de 65 milhões de inadimplentes está Amanda Lira. Após ficar desempregada na pandemia, ela passou a utilizar mais os cartões na compra dos itens básicos. “Eu tinha que comprar comida de todo jeito, então passei a usar o cartão de crédito para fazer feira como uma forma de jogar a dívida pra frente, até achar uma solução”, conta.
Segundo o economista Werton Oliveira, “os consumidores têm que entender que o cartão de crédito, junto com o cheque especial, são as piores modalidade de endividamento que uma pessoa pode fazer. Os juros são estratosféricos, dependendo da modalidade do crédito que ele toma emprestado e da instituição financeira que ele contratou, a taxa de juros pode passar facilmente dos 300% ao ano. Ou seja, uma dívida de R$ 1.000 no cartão, se não for paga em um ano, esse valor atinge R$ 5.000”, explica.
O especialista em economia orienta que quando se endividar com o cartão de crédito a primeira coisa que a pessoa tem que fazer é tentar negociar a dívida com a instituição financeira ou operadora do cartão; se informar sobre as possibilidades de pagamento, parcelamento e redução dos juros. Mas,“jamais, deixar de pagar a fatura, pois seria sua ruína financeira”, alerta.