Por Valter Nogueira
Há uma máxima na política que diz: “Quem tem prazo não tem pressa!”. Mas, nem tanto assim! Nas últimas eleições, na Paraíba, as definições quanto às coligações partidárias e fechamento de chapas majoritárias ocorreram na undécima hora.
O retardo nas definições na pré-campanha é algo natural, até porque dá margem às especulações. No âmbito dos partidos políticos, tempo é necessário para que os líderes possam escutar as vozes das ruas.
O atraso deve existir, mas com o cuidado de não perder o timing. A questão é delicada, cada caso tem suas particularidades. Em outras palavras, as vezes o retardo é bom, mas em outra situação pode ser um tiro no pé.
O motivo do intróito é para, em análise superficial, afirmar que o imbróglio político em torno da definição do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP) – se será ou não candidato a senador na chapa de João Azevedo, nas eleições deste ano – parece ter se transformado em uma novela que perdeu audiência, por assim dizer.
Por ter pedido o timing, a novela perdeu o encanto. E, tal qual em uma emissora de TV, a ordem é reduzir os capítulos, como forma de encontrar uma saída honrosa para encerrar de vez a exibição do folhetim, sob pena de macular a imagem da emissora junto à opinião pública.
O charme do atraso
A questão é delicada, exige faro político. Em uma analogia rasa, podemos citar o tradicional atraso da noiva na igreja: há um charme, faz parte da cultura. No entanto, o atraso tem que ser razoável, não pode demorar muito, sob pena do charme se transformar em desrespeito aos convidados.
Última
A essa altura do campeonato, e com base no eco das ruas, a candidatura de Aguinaldo ao Senado não é mais recomendável. Caso ocorra, estará fadada ao fracasso.