Na tarde/noite desta quarta-feira (20), o PDT oficializou durante convenção em Brasília a candidatura do ex-ministro Ciro Gomes à Presidência da República para as eleições deste ano. No discurso, Ciro prometeu, caso eleito, acabar com o que ele chamou de “maléfico processo de reeleição”.
Ciro Gomes não poupou críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e aos ex-presidentes que antecederam o atual gestor, tais como Lula, Dilma e Michel Temer. Ainda no discurso, Ciro disse que “todos fazem parte de um mesmo sistema”, que vem controlando a política brasileira nas últimas três décadas.
“No banquete para os ricos e restos para os pobres, Collor preparou a cozinha, Fernando Henrique serviu a mesa, e Lula temperou a comida. Dilma, Temer e Bolsonaro apenas requentaram o prato”, destacou.
Ainda segundo Ciro, o próprio Bolsonaro, a quem ele fez críticas mais contundente, também é uma cria do petismo.
“Bolsonaro é produto da construção magoada e iludida do povo brasileiro machucado pela mais grave crise econômica e o mais grave escândalo de ladroeira levado ao centro de poder pelo Lula e o petismo. O Brasil está nessa situação porque a esquerda de goela e direita foram cumplices do mesmo modelo”, afirmou.
Projeto
O presidenciável explanou, de forma resumida, o plano de governo que pretende implementar no país, caso chegue ao Palácio do Planalto. Ente outras medidas, prometeu baixar os juros, investir em tecnologia e avançar na Educação. Ele propôs uma reforma tributária que corrigiria desigualdades, para que os mais ricos paguem, proporcionalmente, mais impostos que os pobres.
“Eu quero unir o país em torno de um novo projeto!”, disse Ciro, em seu discurso na convenção do partido, citando seu livro, que funciona como um documento do seu projeto de governo. “Tenho trabalhado nesse projeto há anos. Com o projeto nacional de desenvolvimento, nós vamos vencer inúmeros desafios”, arrematou.
Perfil
Natural de Pindamonhangaba (SP), Ciro Gomes construiu a carreira política no Ceará, onde foi prefeito de Fortaleza, eleito em 1988, e governador do estado, eleito em 1990. Renunciou ao cargo de governador, em 1994, para assumir o Ministério da Fazenda, no governo Itamar Franco (1992-1994), por indicação do PSDB, seu partido na época.
Ciro foi ministro da Integração Nacional de 2003 a 2006, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Deixou a Esplanada dos Ministérios para concorrer a deputado federal e foi eleito. Também exerceu dois mandatos de deputado estadual no Ceará. Tem 64 anos e quatro filhos.