Por Nonato Nunes
A produção de livros na Paraíba se mostrou bem aquecida nos últimos dois anos apesar da crise mundial gerada pela pandemia do coronavírus e da guerra na Ucrânia
No último dia 27 de agosto de 2022 a cidade de Mamanguape realizou a 3ª Festa Literária do Vale do Mamanguape [FLIVM]. Mais de 35 autores paraibanos lançaram as suas obras literárias num evento que vem se consolidando como o mais importante do Estado.
A iniciativa do presidente da Academia de Letras de Mamanguape, desembargador Marcos Cavalcanti, não apenas abre as portas para a divulgação do que está sendo produzido na Paraíba, mas também promove a interação entre intelectuais de vários municípios paraibanos.
O nível de organização do evento é outro aspecto que chamou a atenção, pois cada detalhe foi minimamente pensado pelos seus organizadores. Como bem disse o seu organizador, o secretário da Academia, Cássio Marques, “A feira já está consolidada e cresce a cada ano”.
No dia anterior, a Academia de Letras de Sapé, Mari e Sobrado [atuando de forma integrada] deram posse à sua diretoria, presidida pela professora Ana Almeida. Na ocasião foi lançado o livro “Bandeira de Sangue – Nem heróis, nem vilões”, de autoria do jornalista Nonato Nunes.
Recentemente foi lançada na Paraíba a obra “A história da arte mágica na Paraíba”, dos autores Fernando Carvalho e Tiago Silva. Um livro de conteúdo inédito no Estado, pois é um assunto do qual pouco se sabia até então
Dentre os diversos autores que lançaram as suas obras em Mamanguape estavam os escritores Antônio Luiz da Silva (Rio Tinto, meu recanto paraibano), Ramalho Leite (Era o que eu tinha a dizer), Aracilba Rocha (Sem tréguas) e o autor de Bandeira de Sangue, o jornalista Nonato Nunes, que no dia anterior estivera em Sapé para lançar a sua obra.
Falta de incentivo
Apesar do esforço desses abnegados escritores e dos organizadores de eventos literários como os de Mamanguape e Sapé, os autores ouvidos foram unânimes em afirmar que as instituições responsáveis pelo fomento à educação no Estado precisam valorizar mais o autor e a produção literária local.
“Pessoalmente, não vejo qualquer incentivo das autoridades ligadas à educação no Estado para que os estudantes tenham acesso ao conteúdo das obras que estão sendo publicadas na Paraíba. Isso é lamentável porque o paraibano é um pesquisador nato, e o que produzem devia chegar aos estudantes tanto da rede estadual quanto da rede municipal de ensino. Mas não é o que acontece”, disse o jornalista e escritor Nonato Nunes.