A Polícia Federal revelou que uma empresa com contratos públicos na gestão do presidente Jair Bolsonaro é a origem de uma série de transferências feitas a um militar da Ajudância de Ordens da Presidência da República, que fez saques em dinheiro vivo. E com o dinheiro, o militar pagou despesas de um cartão de crédito usado por Michelle Bolsonaro em pelo menos três ocasiões. A empresa citada é a a Cedro do Líbano Comércio de Madeiras e Materiais.
A informação veio a público de forma exclusiva, neste sábado (13), por meio de reportagem postada no portal UOL, assinada pelos jornalistas Aguirre Talento , Amanda Rossi e Pedro Canário.
O militar, conforme a matéria, é o segundo-sargento Luis Marcos dos Reis. Ele fez, também, ao menos 12 depósitos em dinheiro em conta de uma tia da então primeira-dama. Os pagamentos ocorreram pelo menos até julho de 2022, de acordo com dados obtidos pela Polícia Federal ao quebrar sigilos bancários de auxiliares do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com a reportagem, quando autorizou a quebra de sigilo de subordinados de Cid, ainda no ano passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afirmou que o caso tinha indícios de “desvio de dinheiro público” por meio dos militares do Planalto e de assessoras da então primeira-dama.
Segundo a Polícia Federal, a Cedro do Líbano Comércio de Madeiras e Materiais para Construção, empresa com sede em Goiânia e contratos com o governo federal, é a origem de depósitos de pelo menos R$ 25.360 na conta bancária do sargento Dos Reis, que trabalhava sob as ordens de Mauro Cid.
Depósito
Segundo a Polícia Federal, o dinheiro era depositado por Vanderlei Cardoso de Barros, pai de uma sócia da Cedro do Líbano, nas contas do sargento Dos Reis. Em ao menos uma ocasião, o dinheiro foi transferido de conta bancária da própria Cedro. Depois que o dinheiro caía na conta, o sargento sacava as notas em um caixa eletrônico.
A investigação da PF diz que Dos Reis era responsável por fazer pagamentos a pessoas ligadas à então primeira-dama e para outros militares da Ajudância de Ordens da Presidência da República.
Empresa
O principal contrato da Cedro do Líbano é com a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba), estatal que já foi alvo de operações da PF mirando corrupção em contratos no Nordeste no ano passado.