Por Valter Nogueira
Há algo de estranho nas reuniões de policiais militares da PM de São Paulo em templo da Igreja Universal. O fato veio à tona a partir de matéria publicada recentemente no portal UOL, assinada pelo colunista Chico Alves.
A reportagem informa que 700 integrantes do 11º Batalhão ocuparam os assentos do templo da Universal localizado na avenida Brigadeiro Luís Antônio, Zona Oeste da Capital paulista, na última quinta-feira (22).
Reuniões de tropas na Igreja Universal são frequentes, segundo afirmou Leandro Prior, ex-PM de São Paulo, em entrevista concedida ao colunista Chico Alves.
A rigor, não há nada que impeça militares irem a templos com colegas de fardas que professam a mesma religião. E, por isso, combinem ir juntos à igreja. No entanto, um batalhão inteiro na igreja!? E com lista de frequência, como destaca a matéria, é algo, no mínimo, curioso!
De acordo com a reportagem, a “ação” faz parte do programa Universal nas Forças Policiais (UFP), que tem como objetivo “prestar assistência espiritual, social e valorização humana aos integrantes das Forças de Segurança”.
A controversa ligação entre a denominação religiosa e os PMs de várias regiões do país foi revelada pelos jornalistas Gilberto Nascimento e Tatiana Dias, em matéria publicada em maio passado, no site The Intercept.
Chico Alves informa que, de acordo com a assessoria de imprensa da corporação, o recente evento “foi realizado num espaço pertencente à Igreja Universal, que voluntariamente cedeu o local para a ocasião”, mas “não existe qualquer convênio da Polícia Militar com a igreja ou qualquer outra entidade religiosa, esportiva ou municipal que eventualmente ofertam espaços para eventos”.
A matéria traz um depoimento sensato de José Vicente da Silva Filho, coronel reformado da PM de São Paulo e ex-secretário nacional de Segurança Pública, O militar acha equivocado que as instituições militares e policiais oficializem esse relacionamento com uma modalidade de crença.
Agravante
Há informações de que existem policiais de outras crenças ou que não professam nenhuma crença e, por tais razões, são constrangidos a participar das reuniões na Igreja Universal.