Por Valter Nogueira
A semana termina com a palavra ‘traição’ – desconfiança, no mínimo – reverberando no cenário político da Paraíba. O eco do termo parece ricochetear no solo para, em ato contínuo, seguir em direção ao alvo mirado: o virtual projeto do governador João Azevêdo (PSB) de disputar o Senado nas eleições de 2024.
A tese foi levantada, primeiro, pelo presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, deputado Adriano Galdino (Republicanos). Ele sugeriu que João migrasse para um partido para chamar de seu – presidir uma legenda.
O alerta feito pelo chefe do Legislativo Estadual soou, à época, como que desconfiança política em relação ao deputado federal Gervásio Maia, presidente estadual do PSB – partido que abriga o governador João.
O assunto retornou à cena, recentemente, por meio do deputado federal Wilson Santiago (Republicanos). Em entrevista a uma emissora de rádio na Capital, Santiago sugeriu que João só deveria deixar o governo para ser candidato ao Senado se ele (João) estivesse certo de que teria apoio político para tanto.
Em seguida, o deputado estadual Felipe Leitão (PSD) engrossou o coro da desconfiança e foi além. Ele lançou ao vento, de certa forma, a semente da discórdia na relação de confiança entre João e o Clã Ribeiro, ao recomendar ao governador que não deixe o Governo na mão dos Ribeiro.
Nesta semana, Gervásio Maia declarou que vê a necessidade de o PSB apresentar uma candidatura própria de continuidade em 2026. Ele, inclusive, revelou, à imprensa, que confidenciou ao governador Azevêdo a necessidade de seguimento do projeto do PSB.
Na justificativa, o deputado destacou que a sua tese visa impedir que antigos projetos que já governaram a Paraíba com menos efetividade retornem ao poder.
A ideia de Gervásio, de certa forma, sinaliza que João deve seguir no governo até o final do seu mandato, como forma de fazer o seu sucessor.
Afinal, o que há de concreto por trás de tanta desconfiança?
– Eis a questão!
Adriano Galdino
A propósito, Adriano Galdino não tem autoridade para falar de traição de terceiros. Afinal, ele traiu João Azevêdo e o colega deputado Hervázio Bezerra (PSB), em 2019, por ocasião de tudo que envolveu o processo de eleição da presidência da ALPB naquele ano.
Reflexão
Em política, não espere fidelidade!