Por Valter Nogueira
Mais um conflito eclode no cenário mundial, desta vez a afetar o comércio marítimo tendo como palco o histórico Mar Vermelho. Na última quinta-feira, 11 de janeiro, os Estados Unidos e o Reino Unido promoveram uma ação internacional, lançando um grande ataque contra povos ligados aos rebeldes do grupo político-religioso xiita Houthi, no Iêmen.
O Mar Vermelho é um eixo estratégico para o comércio internacional. Cerca de 20 mil navios passam por ele todos os anos, o que representa aproximadamente 15% do comércio mundial.
O Canal de Suez, por onde desagua o Mar Vermelho, liga o Oceano Índico ao Mar Mediterrâneo, é uma ponte entre a Ásia e a Europa. Consequentemente, qualquer obstáculo ao tráfego marítimo representa uma ameaça estratégica significativa.
Em razão do conflito, e para evitar riscos, armadores decidiram desviar a rota, passando os seus navios em torno do Cabo da Boa Esperança, na África. No entanto, tal alternativa representa um aumento de 10 dias adicionais à viagem e, claro, um impacto negativo no comércio e um aumento significativo nas taxas de frete.
Em resumo, a continuar a guerra no Mar Vermelho, impedindo a navegação naquela área, a economia mundial sofrerá danos e prejuízos incalculáveis.
Aumento de preço
Na esteira das dificuldades impostas pelo conflito, os armadores têm aumentado os seus preços. A CNBC citou um relatório da S&P Global Commodity Insights afirmando que o preço de transporte de um contêiner de 12 metros aumentou 600%; subiu para US$ 6.000.
Casa Branca
“Os Houthis terão de assumir a responsabilidade pelas consequências se continuarem a ameaçar vidas, a economia global e o livre fluxo de comércio nas rotas essenciais da região”. Este é o teor do aviso que a Casa Branca emitiu aos rebeldes iemenitas, num texto aprovado por 12 grandes países.
Proteção
Há algumas semanas, os Estados Unidos organizam uma força de proteção internacional no Mar Vermelho, chamada Prosperity Guardian. Cerca de vinte países participam nesta iniciativa.
Navios de guerra americanos, britânicos e franceses, como a fragata “Languedoc”, já estão presentes na região. Outros países como a Grécia ou a Dinamarca declaram-se dispostos a enviar reforços.