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Reflexões sobre o hábito de ler

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blankA leitura é o modo como o homem se apropria do conhecimento de forma indireta, ou seja, se apropria de um conhecimento já produzido por outro. O ato de ler necessita de um objeto que pode ser o livro, a revista, o artigo, etc, o qual contém informações que nos humanizam, nos aproximam, nos faz aflorar o melhor dentro de nós. Mas, o que é o ato de ler? O que é o livro? Qual é a importância de ler um livro?

Bem, o livro foi definido pela UNESCO na década de 1960 como sendo: “Uma publicação impressa, não periódica, que consta de no mínimo 56 páginas, sem contar as capas”, e sua invenção tal como conhecemos hoje foi possível graças à invenção da imprensa em 1430 pelo alemão Johann Gutenberg (1398-1468). A partir daí, o livro se tornou um produto industrial que possibilitou a divulgação do conhecimento antes da chegada das novas tecnologias, e estas, atualmente temos o e-book.

O livro é essencialmente um instrumento cultural usado para difundir ideias, transmitir conceitos, entreter ou ainda para condensação e acumulação de conhecimento produzido pelo homem. Assim, foram os livros que fizeram e fazem chegar até nós, na contemporaneidade, o pensamento de filósofos como: os Pré-socráticos, Sócrates, Platão, Aristóteles e todos os demais pensadores anteriores à contemporaneidade. Na verdade, o conteúdo de um livro, discutido, aceito ou rejeitado socialmente, integra a estrutura intelectual de uma sociedade. Entretanto, para que isso ocorra se faz necessário o desenvolvimento do hábito de ler. Mas, o que é o hábito de ler? Acredito ser aquela disposição positiva e frequente, que você tem em relação à leitura.

A leitura frequente possibilita inúmeros benefícios para o leitor assíduo, pois nos capacita a um entendimento para melhor compreensão do mundo, dos seres que nele existem, assim como pode nos levar a um autoconhecimento e a um olhar de alteridade para o outro, nosso semelhante, desprezando preconceitos e ofertando respeito, cordialidade e amizade. Igualmente, a leitura nos proporciona o conhecimento e compreensão de culturas diferentes da nossa, e que também nos enriquece culturalmente.

Ademais, uma boa leitura nos torna mais reflexivos sobre os fatos que nos cercam. Além desses benefícios, quem ler frequentemente sempre desenvolve uma habilidade maior para falar e escrever bem, porque amplia o vocabulário, a criatividade e a imaginação. Mas, se o ato de ler proporciona tudo isso, por que as pessoas não lêem?  Bem, acredito que com a chegada das novas tecnologias, o uso da internet e das redes sociais, os livros perderam a atratividade, o que é lastimável.

Recentemente, li num artigo da BBC News Brasil, o alerta da neurocientista americana Maryanne Wolf, autora do livro “O cérebro no mundo digital”, no qual diz que as pessoas estão perdendo a capacidade de entender o que lêem pela incapacidade de interpretação do texto, e,  de entender argumentos complexos por causa da prática excessiva de olhar superficialmente múltiplos textos e postagens online. Ela alerta ainda que, ao contrário da visão e da linguagem oral, a habilidade de ler e interpretar letras e números não é algo com que nascemos: a leitura é resultado de um circuito que os seres humanos começaram a criar no cérebro há cerca de seis mil anos e que podem perder essa habilidade se não a exercitar.

Neste contexto, de acordo com uma pesquisa realizada pelo “Instituto Pró-Livro”(maior referência em leitura no Brasil), em sua 5° edição em 2019, o percentual de leitores no Brasil era de 52%, 4% menor que em 2015.

O brasileiro lê pouquíssimo e existem alguns argumentos para explicar esse fato: a falta de tempo, falta de paciência, o alto custo dos livros, falta de bibliotecas públicas e o principal: o uso excessivo das redes sociais durante o tempo livre. O reflexo dessa atitude de não cultivar o bom hábito da leitura é danoso para o indivíduo, para a sociedade e para o Brasil.

Assim dizia, Confúcio (551-479a.C.) sobre o ato de ler, “não importa quão ocupado seja, encontre tempo para ler ou entregue-se à ignorância voluntária”. Já o escritor Mário Quintana (1906-1994), dizia: “O livro faz a gente está só e ao mesmo tempo acompanhado”. Sorte minha, por existir a leitura e o livro, pois foi através da leitura que durante a pandemia da COVID-19 fui salvo da solidão e das doenças mentais e além de não adoecer mentalmente por causa do isolamento, ainda tive acesso à muita informação até então desconhecida.

E viva a leitura! Padre Antônio Vieira (1608-1697) dizia que, “Um livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive”. Mas, qual é a importância do ato de ler? Segundo Paulo Freire( 1921-1997) em seu livro ” A importância do ato de ler”, nos revela que o hábito da leitura pode mudar sua vida e melhorar sua capacidade de pensar, refletir e se conectar com o mundo. E enfatiza a importância crítica da leitura na alfabetização, na qual o alfabetizando seja inserido numa prática onde ele também seja sujeito.

Por fim, sou um apaixonado por livros e a leitura me ajuda a viver comigo mesmo, com o mundo e a conviver com o próximo. Os livros transformam os meus momentos de ócio, em ÓCIO CRIATIVO, com prazer, satisfação e entretenimento. E você, tem o hábito de ler? Se não tem, eu o CONVIDO a participar desse maravilhoso mundo mágico da LEITURA.

Marcos Nascimento  – Mestre em Filosofia

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Valter Nogueira

Valter Nogueira de Amorim, jornalista profissional, é o editor-chefe do blog. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal da Paraíba (1988). Atuou nos principais jornais impressos do Estado, tais como A União, O Momento, Correio da Paraíba e O Norte. No campo administrativo, foi secretário de Comunicação da Prefeitura Municipal de Santa Rita (1997-2005), assessor de Imprensa da Prefeitura de Pedras de Fogo (2008). Exerceu, também, o cargo de gerente de Comunicação do Tribunal de Justiça da Paraíba, no período de fevereiro de 2015 a janeiro de 2019. No período de maio de 2024 a março de 2025, Valter Nogueira respondeu pela ASCOM do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba.