Nesta quarta-feira (18), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros básicos da economia em 0,25 ponto percentual, passando de 14,75% para 15% ao ano.
Agora, a taxa básica de juros mantém o maior nível nominal desde julho de 2006, no primeiro governo Lula, quando o Copom cortou a taxa de 15,25% para 14,75% ao ano. Nessa época, os juros estavam em queda depois de terem atingido 19,75% em maio de 2005, um dos maiores patamares do século 21.
Em comunicado, o Copom justificou que decidiu manter o ciclo de alta dos juros por causa das expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus que permanecem em valores acima da meta, situando-se em 5,2% e 4,5%, respectivamente.
Para a próxima reunião, o Comitê antecipou uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, considerando a sua manutenção por período bastante prolongado, é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta.
A meta para a inflação fixada pelo CMN para 2025 é 3,00%, com intervalo de tolerância de menos 1,50 ponto percentual e mais 1,50 ponto percentual, isto é, de 1,50% a 4,50%. Para 2026, situa-se em 3,6%.
Selic – A Selic é a referência para todas as taxas de juros do mercado brasileiro, definida pelo Copom, composto pelo presidente e diretores do Banco Central. Ela é o principal instrumento de política monetária utilizada para controlar a inflação.
Quando os juros sobem, os financiamentos, empréstimos e pagamentos com cartão se tornam mais caros, o que desencoraja o consumo e, por consequência, estimula a queda na inflação. Por outro lado, se a inflação está baixa e o BC reduz os juros, isso torna os empréstimos mais baratos e incentiva o consumo.
O Banco Central avalia as condições da inflação, da atividade econômica, das contas públicas e o cenário externo para definir o que fazer com a Selic, sempre com o objetivo de manter a inflação dentro da meta.
Essa é uma prática comum em governos e autoridades monetárias. O Federal Reserve (Fed) define os juros básicos da economia americana e o Banco Central Europeu faz o mesmo com os juros dos países da zona do euro.
Meta de inflação – O objetivo do Copom é manter a inflação brasileira dentro da chamada meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que determina a meta de três anos à frente, visando uma inflação previsível, estável e baixa, que possa ajudar a economia brasileira a crescer.