A área central da cidade de João Pessoa tem cantos e recantos que encantam! No segmento turístico, por exemplo, a velha Filipeia compete com outras capitais do litoral da região Nordeste; todas com belíssimas praias. Porém, nenhuma delas conta com uma área central tão rica em história e belezas quanto a da nossa Capital.
Mesmo com tanta riqueza arquitetônica, histórica e beleza natural, a área central da cidade tem sido relegada a segundo plano nas últimas décadas, no que pese projetos pontuais.
A realidade de abandono afastou, gradativamente, os jovens da área em questão. A geração atual não conhece o Centro da Capital, não tem em mente a visualização espacial da área, assim como tínhamos nós outros, jovens, da década de 1980, por exemplo.
À época, tudo acontecia no Centro da cidade. A turma de hoje vai ao Centro ocasionalmente; o que era regra, virou exceção. A partir do final da década de 1980, o Centro entrou em declínio.
A cidade cresceu e correu em direção ao mar, no aspecto habitacional, comercial e cultural. Antes, porém, comércio, serviço e diversão se concentravam no Centro, além, claro, das repartições públicas. Tinha circulação de pessoas nos três turnos. À noite, filas e muita gente em frente aos cinemas Plaza e Municipal, além de restaurantes, pizzarias e bares abertos até altas horas.
A localidade contava, ainda, com escolas, o que mantinha o ar jovial na região a partir do trânsito frenético de estudantes pelas ruas centrais da cidade. Pio XII, João XXIII, Escola das Neves, Lins de Vasconcelos, Aliança Francesa e Academia Epitácio Pessoa davam vida ao Centro.
Na área, o público encontrava também salas comerciais, empresariais, escritórios de advocacia, cartórios etc.
Cinemas, sorveterias, padarias, bares, restaurantes e lanchonetes de prestígio foram levados com o vento. Na época, o pessoense prestigiava a tradicional Festa das Neves na General Osório – que saudade!
O Ponto e Cem réis era ponto de encontro. Hoje, o abandono dá lugar à marginalidade e à insegurança.
A impressão que se tem é que o Centro foi jogado na gaveta da saudade.