Ganha força nos Estados Unidos do presidente Donald Trump a prática de alterar o desenho dos distritos eleitorais, conhecida como “gerrymandering”, relata grande parte da imprensa americana. A estratégia busca aumentar o número de cadeiras para os republicanos no Congresso, visando as eleições legislativas de 2026.
A medida já foi implementada no Estado do Texas e agora avança no Missouri. Críticos da manobra, como o professor James N. Green, alertam que a manipulação eleitoral mina a democracia.
Analistas da cena política americana apontam que Trump teme perder a maioria no Congresso. Historicamente o partido do presidente costuma perder assentos nas eleições de meio de mandato.
No modelo distrital americano, a manipulação das fronteiras é uma forma de concentrar ou diluir votos de determinados grupos, garantindo a eleição de um candidato do partido majoritário.
Texas
O Texas alterou seus distritos no final de agosto, resultando em um aumento de cinco cadeiras para os republicanos na Câmara. Um deputado democrata do estado denunciou que a mudança reduziu o peso do voto de pessoas negras e hispânicas.
O professor Green explica que o “gerrymandering” pode ser feito dividindo centros urbanos, que geralmente são mais liberais, e estendendo os distritos para áreas rurais, de maioria republicana.
Califórnia
A Califórnia – estado mais populoso dos Estados Unidos – aparece como contraponto. O Estado, controlada por democratas, promete redesenhar seus próprios distritos para anular a vantagem dos republicanos. No entanto, o estado possui leis mais rigorosas, exigindo um referendo para a alteração.