Ninguém esconde a verdade; quando ela não é dita com palavras, se revela em ações. O motivo do introito é para dizer que, em recente declaração, o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, defendeu um projeto que, segundo ele, transformaria a destruição em Gaza em uma oportunidade lucrativa.
Na última sexta-feira (19), Smotrich mencionou um “plano de negócios” que teria sido apresentado ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o objetivo de gerar um “boom imobiliário” na região. A propósito do assunto, Trump já tinha dado spoiler.
Detalhe: o ministro Smotrich esqueceu de informar o mais importante: a ideia lucrativa mira terreno alheio. Em outras palavras, território que está sendo adquirido por meio de guerra – prática considerada uma violação ao direito internacional.
Imagine se o seu vizinho derrubasse o muro entre a sua casa e a dele, invadisse o seu quintal para adquirir, à força, parte do seu terreno, sob o pretexto de construir, por exemplo, uma piscina para a família dele. Tudo isso, sem a sua anuência.
Já pensou!?
Demolição
Filiado ao partido ultranacionalista Religious Zionism, Smotrich afirmou que a “fase da demolição” já foi concluída. O próximo passo, segundo ele, seria a reconstrução e a comercialização dos terrenos.
– Comercialização de terrenos dos outros! Como assim?
Na realidade, estima-se que as ações militares de Israel já destruíram cerca de 90% da infraestrutura de Gaza, deslocando quase 2 milhões de palestinos.
Genocídio
As declarações de Smotrich vêm em um contexto de acusações de genocídio contra o governo de Benjamin Netanyahu, feitas por diversos países, organizações de direitos humanos e relatórios das Nações Unidas.
Rejeição
A proposta defendida pelo ministro israelense é rejeitada pela maioria dos países, organizações palestinas e estados árabes, já que as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) proíbem a aquisição de territórios por meio da guerra.
Informe – A nossa opinião, externada no presente artigo, não é contra Israel, nem contra o povo israelense. É, na verdade, contrária à política do governo de Benjamin Netanyahu.