Assim como na política, no exercício da gestão pública é necessário – recomendável, no mínimo – escutar a voz das ruas. E o som que vem das avenidas e alamedas da velha Filipéia pode ser traduzido como um grito incontido contra a Zona Azul, reeditada com cores desfiguradas.
Em outras palavras, o sistema retorna à cidade de João Pessoa pior do que fora.
Não por acaso, a prática do estacionamento rotativo na área central da capital paraibana já passou por ajustes e reajuste, em menos de um mês de funcionamento. Tudo isso em razão da enxurrada de críticas de comerciantes e proprietários(as) de veículos.
O argumento da rotatividade é aceitável. Isto é, visa democratizar as vagas de estacionamento na cidade, medida com o objetivo de evitar que um veículo passe o dia todo ocupando uma vaga, tornando assim o local público em espaço privado.
No entanto, faz-se necessário medidas que assegurem uma permanência razoável na vaga ocupada, temporiamente, principalmente para quem trabalha na área central da cidade. E, também, às pessoas que vêm diariamente ao comércio.
Do mesmo modo, é razoável a cobrança pelo estacionamento. Porém, como se trata de um serviço público – mesmo que terceirizado –, a taxa deve ser mínima. Ou melhor, o valor deve ser simbólico.
A paridade de R$ 1,00 real/hora seria o recomendável – com certeza, receberia a chancela popular.
Nós outros, proprietários de veículos, já pagamos muitos impostos para poder conduzir os nossos veículos pelas ruas e avenidas da cidade.
– Não basta a taxa de emplacamento e o IPVA?
Nesse diapasão, o clamor das ruas aponta que está na hora de a Prefeitura de João Pessoa repensar, ou melhor, reformatar a Zona Azul na Capital, em vez de ficar apresentando medidas paliativas, gambiarras, por assim dizer.
Com todo respeito ao prefeito em exercício, Leo Bezerra, as medidas anunciadas nesta segunda-feira (22) não resolvem a questão, apenas joga o problema para à frente…
Centro Histórico
A cobrança e os critérios praticados pela Zona Azul soam como “um tiro no pé”. As ruas estão desertas, as vagas estão vazias. A medida vai na contramão do projeto de revitalização do Centro Histórico.
Por Valter Nogueira