Os Estados Unidos da América – neste governo de Donald Trump, diga-se de passagem -, abre fogo contra barcos venezuelanos em águas internacionais sob o pretexto de combater o narcotráfico. A retórica não se sustenta; o narcotráfico não é a questão, mas sim o petróleo da Venezuela.
Trump lança mão de uma prática semelhante a usada pelo ex-presidente americano, George W. Bush, em 2003. Naquele ano, Bush ordenou a invasão ao Iraque sob o pretexto de punir Saddan Hussein, por este, segundo Bush, ter usado armas químicas contra civis – fato não confirmado.
Na verdade, o petróleo estava na mira do governo americano, à época, inclusive, para ajudar a Inglaterra – forte aliada dos Estados Unidos.
A propósito, foi a Inglaterra quem levou armas químicas para o Iraque, quando ainda aliados. Armou o Iraque para combater o Irã – país irmão-vizinho. Países imperialistas são assim, agem de acordo com os seus interesses. O governo inglês faturou muito com o petróleo iraquiano, até o rompimento entre as duas nações.
Agora, o presidente Trump cria uma narrativa a partir do narcotráfico na América Latina, em especial em mares da Venezuela, numa clara investida e intenção de tomar o petróleo venezuelano.
Trump dá sinais de que pretende invadir a Venezuela, mas sem nenhum pretexto legal plausível.
Venezuela
É bem verdade que a Venezuela enfrenta uma crise sem precedentes, provocada por um ditador – Nicolás Maduro. Mas essa não é, também, a questão. Trump está pouco se lixando pra isso, por assim dizer.
Na hipótese de Nicolás Madura aceitar fechar um bom acordo para os americanos, para as empresas americanas gerir o petróleo venezuelano, pronto, Maduro passará de demônio a anjo em segundos – ao menos na ótica de Donald Trump.
Repito, o petróleo é a meta do governo Trump.
Indústria bélica
Em paralelo, existe nos Estados Unidos uma indústria armamentista muito forte que influencia governos. Em razão do peso da indústria bélica, os americanos precisam estar sempre em guerras – o país tem bases e tropas espalhadas aos quatro cantos do mundo, e sempre esteve envolvido em guerras mundo afora.