
O Brasil ultrapassou, ainda em 2025, a marca de mil feminicídios — quatro mulheres assassinadas por dia — e a resposta veio das ruas. Diante de uma violência que não é acidental, mas estrutural, alimentada pelo machismo, pela impunidade e pelo desmonte de políticas públicas, movimentos feministas como a União Brasileira de Mulheres (UBM), o Levante Mulheres Vivas, entre outros, promovem neste domingo (7) atos contra o feminicídio em todo o país. A mobilização pretende transformar indignação em ação coletiva e pressionar o Estado a cumprir seu papel de proteger a vida das mulheres.
A convocação ganha força após crimes que expuseram, mais uma vez, a brutalidade do patriarcado que rege as relações sociais no país. O assassinato de Catarina Karsten, em Florianópolis (SC), o ataque no Cefet Maracanã, no Rio de Janeiro, que tirou a vida de Allane Pedrotti e Layse Costa Pinheiro, e a violência extrema contra Tainara Souza Santos, arrastada por um quilômetro na Marginal Tietê (SP), tornaram impossível ignorar a urgência de uma resposta nacional.
“O feminicídio é uma emergência nacional, e só a luta coletiva pode virar esse cenário. No próximo ato da Mobilização Nacional contra o Feminicídio, milhares de vozes vão ocupar as ruas em todo o país para exigir políticas públicas eficazes, justiça, proteção e respeito às nossas vidas.”, afirmou a UBM nas redes sociais.
O movimento reforça que o enfrentamento à violência exige compromisso político e mudança cultural, inclusive entre os homens.
Os dados mostram que a violência é sistêmica. A Pesquisa Nacional de Violência Contra a Mulher (DataSenado, 2025) indica que 3,7 milhões de brasileiras sofreram violência doméstica neste ano. Em 40% desses casos, havia testemunhas adultas presentes que não prestaram qualquer ajuda — um retrato da naturalização da violência e da cumplicidade social que mantém o ciclo de agressões.
Atos
Os atos também terão intervenções artísticas, leitura de manifestos e homenagens às vítimas, reforçando que lutar por políticas públicas é também honrar cada vida interrompida pela violência de gênero. Entre as principais reivindicações nacionais estão delegacias da mulher 24h, casas abrigo, medidas protetivas ágeis, proteção às crianças, autonomia emergencial para mulheres em risco, paridade no poder público e enfrentamento da violência digital.
A mobilização se espalha por todas as regiões do país, afirmando que o Brasil não aceitará mais que mulheres sigam morrendo enquanto o Estado se omite.
Paraíba
Na Paraíba, o evento acontece no Busto de Tamandaré, na Orla de João Pessoa, a partir das 15h.
Fonte: Agências e redes sociais