Por Valter Nogueira
O Partido Liberal (PL) encomendou pesquisa ao Instituto Paraná para medir estrago no ex-presidente Jair Bolsonaro e potencial político da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, após o escândalo das joias. A notícia foi dada em primeira mão pelo portal UOL.
Na realidade, a consulta tem dois objetivos: o primeiro é medir a perda de capital político do ex-presidente desde a sua reclusão de dois meses no Palácio do Alvorada, os ataques de 8 de janeiro e o escândalo das joias sauditas.
O segundo objetivo é aferir a popularidade da ex-primeira-dama Michelle. O PL sonha em lançar Michelle na política, já que as expectativas do partido quanto a Bolsonaro são pessimistas.
De acordo com o portal UOL, aliados de Bolsonaro avaliam que o ex-presidente possa ter perdido até 10% dos cerca de 30% de eleitores que ele manteve até o primeiro turno das eleições do ano passado.
Nessa perspectiva, a desidratação política de Bolsonaro caminharia para se aproximar do que especialistas consideram ser o seu núcleo fiel — 5% a 10% do eleitorado brasileiro, os chamados “bolsonaristas raiz”.
Na realidade, Bolsonaro contava com pequena porcentagem na campanha de 2018. Somaram-se aos bolsonaristas raiz um grande número de eleitores que não queria mais a esquerda no poder. Resultado: Bolsonaro foi eleito presidente naquele ano.
Canelada
O grupo bolsonarista é especialista em dar caneladas, por assim dizer. Recentemente, o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do ex-presidente, chegou a anunciar no Twitter que o pai voltaria no dia 15 de março dos Estados Unidos, onde está desde janeiro.
Em quinze minutos após a postagem, Flávio desmentiu-se e pediu desculpas. Adiantou que, quando a data do retorno estivesse confirmada, o próprio ex-presidente a anunciaria.
Agora, a data provável é abril, segundo assessores próximos de Bolsonaro no Brasil.