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Mauro Cid silencia ante à Polícia Federal e deixa o celular falar por ele

Por Valter Nogueira

Nesta quinta-feira (18), o tenente-coronel Mauro Cid permaneceu calado durante depoimento à Polícia Federal. Em leitura rasa, a atitude do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro sugere que ele não vai aceitar levar a culpa sozinho pelas “caneladas” do ex-chefe.

Ante o fato, a grande imprensa destaca que, ao optar pelo silêncio, Cide tem consciência de que a quebra do sigilo de seu celular continua a falar por ele, acusando o ex-presidente.

A decisão de Cid pode ser o troco, por assim dizer, dado ao ex-chefe. Isso poque Bolsonaro largou a mão do seu “ex-fiel escudeiro”.

Bolsonaro e sua hoje pequena tropa esperavam outra postura de Cid,  menos o silêncio. Esperava que Cid confirmasse o que ele (Bolsonaro)  disse em depoimento à PF. Isto é, esperava (ou desejava) que o tenente-coronel assumisse a culpa sozinho pelas fraudes no registro de vacinação de Bolsonaro.

Pelo andar da carruagem, e pelos sinais, Cid diz que não vai assumir a culpa sozinho.

A propósito, recentemente ele trocou de advogados. Os atuais são especialista em delação premiada.

– Vem chumbo grosso por aí!

Salve o rei

Há uma máxima – ou tática maquiavélica – nas gestões públicas que doutrina os subalternos: na hora ‘H’, salve o rei.

Em outras palavras, o chefe não assina nada, não sabia de nada, não tem culpa, não viu nada – embora, na realidade, não só sabia de tudo, como determinou tais ações as quais nega.

Muitas vezes, os subalternos são pressionados (assédio moral) a praticar atos não republicanos em favor do chefe de plantão. Em outros casos, assessores praticam tais irregularidades para auferir vantagens, tais como gratificações, dinheiro e ou promoções.

Aviso aos navegantes

Nunca é demais lembrar que, no caso de o plano dar errado, a culpa recai sobre os ombros dos subalternos – principalmente quando o chefe sai do poder.

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Valter Nogueira

Valter Nogueira de Amorim, jornalista profissional, é o editor-chefe do blog. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal da Paraíba (1988). Atuou nos principais jornais impressos do Estado, tais como A União, O Momento, Correio da Paraíba e O Norte. No campo administrativo, foi secretário de Comunicação da Prefeitura Municipal de Santa Rita (1997-2005), assessor de Imprensa da Prefeitura de Pedras de Fogo (2008). Exerceu, também, o cargo de gerente de Comunicação do Tribunal de Justiça da Paraíba, no período de fevereiro de 2015 a janeiro de 2019. No período de maio de 2024 a março de 2025, Valter Nogueira respondeu pela ASCOM do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba.