Por Valter Nogueira
A Rússia de Vladimir Putin pareceria voltar ao status de ‘Toda Poderosa’, ao menos na falsa imagem vendida pelo “líder” russo – muitas pessoas se deixam levar por falsas imagens e discursos vazios. No entanto, bastou um episódio interno para revelar a vulnerabilidade de um governo que precisou negociar com chefes de grupos paramilitares para se manter no poder.
De uma hora para outra, mercenários mostraram ao mundo a fragilidade do atual governo russo.
O incrível é que o ocidente ainda prefere Putin no poder, no que pese as diferenças. O medo reside no fato de não se saber o que os mercenários seriam capazes de fazer se chegassem ao comando de uma potência nuclear. Eis a nova equação a ser resolvida pelas lideranças mundiais.
E tudo veio à tona no sábado, dia 24 de junho de 2023.
Aliado do presidente Vladimir Putin na invasão da Ucrânia, o Grupo Wagner, acusou o governo russo de atacar acampamentos da organização e prometeu retaliações – e assim o fez! Por sua vez, Putin acusou o grupo de traição.
Os paramilitares ensaiaram um avanço à capital russa e Moscou chegou a fechar a Praça Vermelha com policiais, por precaução.
Cortina de Fumaça
Ao que tudo indica, os ataques ao acampamento do grupo Wagner não passam de uma cortina de fumaça. Na realidade, o que ocorreu foi o início de uma rebelião armada contra o governo de Putin. Há quem fale em golpe de estado.
Por sorte, ao final do dia, tudo chegou a contento graças a um acordo negociado entre o líder do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, e o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.
Grupo Wagner
O neonazista Grupo Wagner surgiu em 2014, composto por ex-militares russos altamente qualificados. Com a invasão da Ucrânia, acredita-se que o grupo tenha se expandido recrutando mercenários e prisioneiros para lutar a favor da Rússia na linha de frente.
A escolha do nome Wagner é uma alusão ao músico Wilhelm Richard Wagner – compositor preferido de Adolfo Hitler.
Resumo
Cresce na Rússia sentimento de decepção com o atual governo, realidade agravada com a guerra na Ucrânia. Se um golpe de estado irá à frente, só o futuro dirá. Mas, o fato de existir a tentativa já demonstra a vulnerabilidade atual dos russos, com respingo na imagem de Putin.