Em recente explanação em Viena (Austria), o diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA, na sigla em inglês), Rafael Grossi, alertou para os riscos da segurança nuclear devido aos bombardeios de Israel a instalações do programa atômico do Irã.
“A escalada militar ameaça vidas, aumenta a chance de uma liberação radiológica com consequências graves para as pessoas e o meio ambiente e atrasa o trabalho indispensável para uma solução diplomática para a garantia de longo prazo de que o Irã não adquira uma arma nuclear”, explanou Grossi numa reunião extraordinária em Viena.
A instalação de Natanz foi responsável pelo aumento do refinamento de urânio a 60%, abaixo dos 90% necessários para armas nucleares. Em relatórios anteriores, a IAEA advertiu para a disparada do enriquecimento de urânio no pais. Em maio do ano passado, um estudo apontou que Teerã tinha conseguido produzir 408,6 kg de urânio a 60%, sendo 133,8 kg em apenas três meses. Um ano antes, a agência tinha encontrado “partículas” com 83,7% de pureza no Irã.
Bombardeio – O chefe da IAEA informou que o nível de radioatividade permaneceu normal, o que indica que os bombardeios não causaram impacto radiológico externo. A situação, no entanto, é diferente do lado de dentro. De acordo com a IAEA, na instalação houve “contaminação radiológica e química”, segundo Rossi, e acredita-se que “isótopos de urânio contidos em hexafluoreto de urânio, fluoreto de uranila e fluoreto de hidrogênio estejam dispersos no interior da instalação.
Fordow – A instalação nuclear mais fortemente protegida do Irã, Fordow, foi construída no interior de uma montanha para protegê-la de ataques. Segundo informações da “CNN”, a partir de acesso a documentos iranianos roubados ao longo dos últimos anos, a área principal da usina fica entre 80 e 90 metros abaixo do nível do solo. Não há informações exatas sobre quando a instalação começou a ser construída, mas é especulado que isso teria acontecido entre 2002 e 2004.