O reino animal tem muito a nos ensinar! Entre inúmeras lições sobre o ciclo da vida, destaque para a questão da liderança, realidade presente nos machos alfas. Um leão, por exemplo, chega ao topo, combate os seus oponentes e lidera com toda força o seu bando. Enfim, reina por muito tempo – mas não para sempre.
O motivo do introito é para fazer uma analogia conosco, seres humanos, inseridos nessa complexa aldeia global – como diria Marshal McLuhan. Em outras palavras, um comparativo com o mundo, com a economia a as lideranças mundiais.
Muito se falou nas últimas semanas que os Estados Unidos da América são o país mais rico do mundo – é verdade! Mas, isso não será para sempre. A China já dá sinais de que pretende desbancar os Estados Unidos, mais cedo ou mais tarde.
Assim como acontece no reino animal, todo império tem ascensão e queda.
Recorrendo à História, podemos citar o Egito, império que durou milênios. Dando um salto, chegamos ao Império Romano, que alcançou o maior raio de influência no mundo: Europa, Oriente Médio e parte da África e da Ásia.
Cegando mais próximo da nossa realidade, emergiu o Império Britânico, que também dominou o mundo por muito tempo, inclusive, tendo a sua moeda (Pound) como referência no comércio mundial. A liderança Britânica ruiu após a II Guerra Mundial – que teve como precursor a reunião de Bretton Woods, nos Estados Unidos.
Nova ordem mundial
Ao final da II Guerra, uma nova ordem mundial: Estados Unidos da América é a nova potência global. No entanto, no campo político e bélico, a América se viu obrigada a dividir o domínio com outra potência: a Rússia. Esta passou a liderar a Europa Oriental, a partir da formação da União das Repúblicas Socialista Soviéticas (URSS).
Era o início da era ‘Bipolar’. Todavia, o domínio soviético ficou no caminho, desmoronou definitivamente a partir das mudanças promovidas pelo líder Mikhail Gorbachev, que culminaram com a queda do muro de Berlim (1989).
Era multipolar
Com a queda do muro de Berlim, imaginava-se que os Estados Unidos passariam a reinar absoluto – ledo engano! Eis que surgiram os países emergentes, tais como Japão e os tigres asiáticos. Depois, o florescer da economia chinesa, que de grão em grão dominou o comércio mundial. Hoje, a China é tida como a ‘fábrica do mundo’.
Governo Trump
O governo do presidente Trump dá sinais de desespero. Analistas internacionais avaliam que a política comercial adotada por ele tem provocado mudanças profundas na dinâmica do comércio internacional.
O denominado ‘tarifaço’ vem incentivando a reconfiguração de alianças entre países e blocos econômicos, abrindo espaço para novas parcerias longe da influência norte-americana.
Moeda
Antes da formação da União Europeia, a moeda americana reinava absoluto. Depois, teve que dividir espaço com o euro. Desde então, quem viaja à Europa, por exemplo, não precisa mais do dólar. Caso o BRICS adotem uma moeda única para o comércio entre seus signatários, o dólar entrará em queda livre.
Valter Nogueira – Jornalista