Os Estados Unidos da América precisam fazer urgentemente um ajuste fiscal, sob pena da dívida pública da maior economia do mundo se tornar “insustentável”. O alerta é de um estudo publicado por um grupo de economistas, em razão da realização do tradicional simpósio de Jackson Hole, de Kansas City, promovido pelo Federal Reserve (Fed) – o banco central americano.
A análise aponta que os EUA precisam fazer um ajuste fiscal da ordem de 10% do PIB ou mais para equacionar a questão. O estudo leva a assinatura dos economistas Adrien Auclert, Hannes Malmberg, Matthew Rognlie e Ludwig Straub,
Nesse diapasão, a estratégia político-econômica de Donald Trump, com o denominado “tarifaço”, parece estar produzindo efeito contrário ao desejado pelo presidente americano. Em outras palavras, o tiro está saindo pela culatra.
De acordo com economistas renomados e especialistas em mercado, tais medidas (tarifas) não têm capacidade de conter os problemas estruturais da dívida pública norte-americana. Pelo contrário, eles apontam que a política protecionista pode ampliar pressões inflacionárias e comprometer ainda mais a estabilidade econômica do país.
A dívida pública dos Estados Unidos, hoje, já supera US$ 36 trilhões, atingindo níveis inéditos e preocupando economistas e investidores. A decisão do governo Trump de ampliar tarifas sobre importações, sobretudo de produtos chineses, foi apresentada como uma tentativa de proteger a indústria doméstica e aumentar a arrecadação estatal.
Na contramão de um remédio eficaz, o governo americano insiste no tarifaço, medida que, de cara, eleva os custos para consumidores e empresas, corroem o poder de compra da população e pressionam a inflação. Esse efeito, por sua vez, agrava a dificuldade do governo em administrar a dívida pública crescente.
Arrecadação e confiança
De acordo com os especialistas, a arrecadação proveniente de tarifas é insuficiente para fazer frente ao ritmo acelerado do endividamento norte-americano. Além disso, as barreiras comerciais aprofundam tensões com parceiros estratégicos, afetam cadeias globais de suprimento e reduzem a confiança de investidores internacionais.
Última
A dívida pública americana tem tirado o sono de Trump. No entanto, justifica o desespero do presidente americano, que atira para todos os lados.
Por Valter Nogueira