O governo federal, por meio do Ministério dos Transportes, estuda a implantação de uma rede de trens de passageiros para interligar as principais cidades do Nordeste, uma iniciativa que promete revolucionar o turismo, a economia e a integração de uma das regiões mais dinâmicas do país. O primeiro passo seria a reativação da linha entre Recife e João Pessoa, um trecho de aproximadamente 110 quilômetros.
O trecho Recife-João Pessoa serviria como o primeiro elo de uma malha ferroviária muito mais ampla.
A iniciativa foi apresentada durante o evento “Logística no Brasil”, série de debates promovida pelo jornal Valor Econômico, em parceria com a Infra S.A. e o Ministério dos Transportes. A edição mais recente do foi realizada na última terça-feira (14) em Fortaleza, no Ceará.
Parte do Plano Nacional de Logística 2050 (PNL 2050), ideia foi detalhada por Jorge Bastos, presidente da estatal Infra S.A., responsável pelos estudos. O executivo informou que o primeiro trecho que o Ministério dos Transportes deu para a estatal estudar é a ligação entre Recife e João Pessoa, capitais que têm a menor distância entre elas.
A escolha estratégica por Recife e João Pessoa não é apenas pela proximidade, mas pelo intenso fluxo de pessoas e mercadorias entre os dois polos, o que garantiria a viabilidade inicial do projeto. O plano, no entanto, é muito mais grandioso: no futuro, a malha se estenderia para o sul, até Maceió, e para o norte, até Natal, criando um verdadeiro corredor ferroviário litorâneo no Nordeste.
O projeto não é um sonho isolado, mas parte de uma estratégia mais ampla do governo federal para revitalizar o setor ferroviário em todo o Brasil.
O secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, confirmou que a ampliação da rede ferroviária é uma prioridade, com investimentos previstos de pelo menos R$ 60 bilhões. Esse montante inclui não apenas novas linhas de passageiros, mas também corredores logísticos de carga, como a aguardada conclusão da Ferrovia Transnordestina, que tem previsão de começar a operar em 2027.