A Polícia Federal dividiu esquema do INSS em “núcleos” para fechar cerco contra fraudes, aponta matéria da CNN Brasil nesta sexta-feira (14). Núcleos “político”, “financeiro” e “de comando”, essa é a divisão do esquema de fraudes bilionárias de descontos em contracheques de aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) ligados à Conafer (Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores).
A investigação da PF, segundo a CNN, aponta a entidade como uma organização criminosa com divisão hierárquica e funções definidas, composta pelos três núcleos principais. O núcleo de comando seria liderado pelo presidente da confederação, Carlos Roberto Ferreira Lopes, responsável pela orientação das fraudes e pela articulação política, segundo a PF.
O núcleo financeiro apontado pela PF seria coordenado por Cícero Marcelino de Souza Santos, encarregado da lavagem e movimentação dos recursos desviados por meio de empresas de fachada.
Já o núcleo político e de apoio, formado por parlamentares, incluindo o deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG) e André Luiz Martins Dias, seu assessor, responsáveis por garantir a manutenção do acordo de cooperação técnica junto ao INSS e “proteger o grupo de investigações externas”, diz a PF.
O deputado Pettersen é denominado “Herói E” nas planilhas apreendidas pela PF e a investigação diz que ele recebia valores mensais fixos, repassados por meio das empresas controladas por Cícero Marcelino e seu assessor.
“A finalidade dos pagamentos era assegurar proteção política à entidade associativa, mediante atuação para impedir fiscalizações e garantir a manutenção do convênio com o órgão previdenciário”, diz o inquérito.