Por Valter Nogueira
Em ano eleitoral há pesquisas para todos os gostos. Nesse campo de batalha de dados, há pesquisas sérias, é claro, realizadas com critérios técnicos e científicos. Esse fato, porém, não é a regra, visto que em tempo de eleição chove pesquisas falsas.
As consultas falsas são formatadas sob medida, ou melhor, por encomenda. Feitas exclusivamente para atender o interesse de quem as contrata. E, claro, com o objetivo de confundir ou influenciar o eleitorado.
Aos olhos mais atentos, a pesquisa falsa não passa despercebida. E não precisa ser um expert no assunto pra identificar o que é verdadeiro ou falso – separar o joio do trigo. Para tanto, é preciso ouvir a voz das ruas.
Trocando em miúdos: uma pesquisa revela sinais duvidosos quando os números se distanciam muito da realidade; não traduz o que é visto nas esquinas, nos mercados, no bares etc.
O pior é que, no caso em questão, existem institutos que se prestam a participar de tal engodo. Em paralelo, considerável número de veículos de comunicação entram na jogada. Afinal, a consulta vem a público por meio da mídia.
Caso emblemático
Na campanha de 1994, o renomado IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião Pública) dava como certa a vitória de Lúcia Braga na eleição para governador da Paraíba, e no primeiro turno. Isso, em uma série de pesquisas divulgadas naquele pleito.
Porém, os números do IBOPE não batiam com o grito do eleitor paraibano.
Resultado: Lúcia não venceu o pleito no primeiro turno, como previa os números.
Ao abrir as urnas, o resultado foi adverso. O então senador Antônio Mariz, oponente de Lúcia Braga, saiu na frente com pequena vantagem, levando a eleição para o segundo turno.
No segundo turno, Mariz foi eleito governador da Paraíba.