Por Valter Nogueira
Baixada a poeira, é possível sim afirmar que o Nordeste é responsável pela vitória de Lula nas eleições deste ano. No entanto, é possível, também, declarar que o Sudeste – leia-se, Rio de Janeiro e São Paulo – é responsável de certa forma pela derrota de Jair Bolsonara.
A votação de Bolsonaro nos dois estados foi aquém da esperada. Vale ressaltar que São Paulo é o maior Colégio Eleitoral do Brasil; o Rio é o terceiro.
Lula venceu com folga no Nordeste, é fato! Mas a vitória do petista não ocorreu apenas por esse fato, mas, sim, pelo conjunto da obra.
Explico: O Nordeste optou por Lula, e fez a sua parte. O Sudeste marchou com Bolsonaro, mas fez o dever de casa pela metade, por assim dizer.
Bolsonaro venceu no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas não com o número de votos esperado pelos bolsonaristas.
A situação piora quando se compara a votação de Bolsonaro na eleição de 2018 com a do atual pleito. Em 2018, Bolsonaro venceu em São Paulo com 68% dos votos válidos, em números redondos. Agora, em 2022, venceu com 55% – uma queda de 13 pontos percentuais.
No Rio, Bolsonaro venceu com 68% em 2018. Neste pleito, alcançou 56% – queda de 12 pontos.
Minas Gerais
Em paralelo, o mineiro, ao que tudo indica, fez um pacto com ele mesmo, a saber: votar em Zema para govenador, em reconhecimento ao grande governo que ele realiza no Estado. Porém, na eleição nacional, fez opção declarada por Lula.
– Não é à toa que, em Minas, foi criado o slogan “Luzema”; referência a Lula e Zema.
Esforço
Romeu Zema, com a autoridade de governador reeleito no primeiro turno, se esforçou, mas não foi capaz de virar o jogo em seu Estado.