Por Valter Nogueira
O governo do presidente Jair Bolsonaro serviu, por assim dizer, apenas para mostrar a face oculta e perversa da extrema direita e de parte da elite brasileira. Mostrou que vandalismo e terrorismo não é coisa só de esquerda, de comunista, de petista, como prega os direitistas.
Atos terroristas são formatados em todos os seguimentos, e de forma mais bem elaborada quando planejados no seio da ala direita; quando esta se vê ameaçada de perder as benesses do poder.
A diferença, no entanto, é o modus operandi.
O ato praticado pela esquerda é assumido, enquanto a direita, quando o pratica, faz as escondidas, com uso de máscaras, em ação emoldurada por fake News e requintes de crueldade. Tudo isso com o propósito de levar a opinião pública a acreditar que tal ação foi praticada por um comunista, por uma pessoa de esquerda – nunca por um direitista, jamais por um membro da elite.
– O véu foi rasgado, a máscara caiu e a face oculta da extrema direita veio à tona neste Natal.
O fato
A face oculta veio à tona, com maior nitidez, na verdade, no dia 24 de dezembro de 2022, na véspera do Natal, quando o senhor George Washington Oliveira Sousa, 54 anos, empresário, tentou explodir um artefato no aeroporto de Brasília.
Em depoimento à Polícia Federal, George disse que a intenção era eclodir o caos com o objetivo de provocar a intervenção das Forças Armadas e a decretação de estado de sítio no país.
– Tudo isso por que perderam a eleição e não aceitam o resultado!?
É visível que, se o plano tivesse dado certo, se houvesse a intervenção, a manchete a partir da versão da direita seria a seguinte: “comunistas explodem bomba e provocam o caos; aos militares não restaram outra alternativa senão a intervenção pra restabelecer a ordem”.
Em outras palavras, a culpa seria creditada mais uma vez na conta da esquerda.
– Que coisa, hein!?
Terrorismo
George Washington, empresário, tentou provocar o caos. A polícia classificou como “ato de terrorismo”. O “terrorista de direita” afirmou que conversou com policiais e bombeiros e teve a certeza de que eles estavam do lado do presidente Jair Bolsonaro.
– Estar do lado do presidente que perdeu uma eleição no voto justifica atos de vandalismo e de terrorismo?