Por Kelyanne Carvalho
Pedir comida, remédios, roupas e até a feira no supermercado… Com o funcionamento do comércio alterado na pandemia e o medo da Covid-19, muita gente passou a comprar tudo através da internet e com entrega em domicílio. O que era provisório para alguns, apenas devido a necessidade, virou um hábito que, pela praticidade e comodidade, tende a continuar mesmo com a significativa redução da propagação do vírus na Paraíba, assim como em todo o país.
A economista Luciana Diniz é um exemplo de quem aderiu de vez a essa forma moderna de consumir. Ela só comprava em lojas físicas, mas, na pandemia, se viu forçada a adotar o novo modelo de compras e agora se diz acostumada ao delivery.
“Eu moro com meus pais idosos e estava evitando sair de casa por causa deles. Então tive que comprar pela internet, inclusive roupas que eu gostava de provar nas lojas antes de adquiri-las. Hoje eu aprendi a comprar tudo em site ou aplicativo e usando delivery. É mais vantajoso porque, dependendo do local que você vai, gasta mais com gasolina e estacionamento, além de perder tempo. Pedir em casa é mais prático e sai mais em conta, principalmente quando a taxa de entrega é baixa ou gratuita”, afirma.
De acordo com Liliane Rosendo, proprietária de uma loja de roupas no município de Santa Rita (PB), o fluxo de vendas online era maior quando não se podia abrir o estabelecimento. Com a reabertura do comércio ele diminuiu, porém, sempre tem as clientes que preferem pedir em casa.
“Agora, é relativo: dependendo do dia, o atendimento presencial é maior ou não. Mas eu foco muito nas vendas online, pois sempre tem clientes”, relata a empresária.
Trabalhando como motoboy há três anos, Jean Marcel contou que o número de entregas durante o isolamento no ano passado era três vezes maior que este ano. “Com os aumentos da gasolina, a taxa cobrada aumenta e alguns clientes não entendem, no entanto, muitos ainda preferem pedir em casa”.
Nivaldo Vilar, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de João Pessoa (CDL-JP), afirma que, “mesmo diminuindo a pandemia, o delivery hoje é um caminho sem volta. Quem entrou no delivery, devido ao abre e fecha, já fez sua clientela no auge da pandemia e não vai perder. Então a continuidade do delivery é frequente para os lojistas e as lojas tendem a aperfeiçoar cada vez mais”.
Assim como Luciana Diniz, muitas pessoas passaram a comprar virtualmente e com entrega em domicílio, mas, infelizmente, nem sempre a experiência é positiva. A consumidora Kátia Calheiros sabe bem disso. Das várias compras que realizou em sites ou através de aplicativos este ano, seis ainda não chegaram.
“Desde julho comprei cadeira de balanço acolchoada, mesa de varanda, jogo de xícaras de chá, casaco de frio, pijamas de seda e panelas. Nada disso chegou até agora”, relata.
Ajuda ao Consumidor
Caso sinta-se lesado e necessite de auxílio, o cliente pode procurar um dos órgãos de proteção e defesa do consumidor.
Na Paraíba, o Procon Estadual orienta que, ao comprar virtualmente, o consumidor deve ficar atento. “Ele deve printar todas as informações da compra e, primeiro, entrar em contato com o fornecedor. Se não obtiver resposta, de posse de todas essas informações, o consumidor vai exigir o cumprimento da oferta ou desistir, pois é um direito que assiste a ele nas compras virtuais”, garante a superintendente do Procon-PB, Késsia Liliana.
Késsia lembra ainda que, ao receber o produto e caso não goste, o consumidor tem o direito de devolução assegurado no prazo de sete dias do recebimento do produto ou da contratação, sem precisar justificar e com a despesa de responsabilidade do fornecedor. O prazo para reclamar de produtos ou serviços duráveis é de 90 dias e não-duráveis é de 30 dias.
O consumidor pode entrar em contato com o Procon-PB através do whatsapp (83) 98618-8330 ou, presencialmente, na Av. Almirante Barroso, nº 693 – Centro (JP/PB).
Já o Procon de João Pessoa funciona na Av. Dom Pedro I, nº 473 – Centro (JP/PB). O telefone de contato é o 0800-083-2015 ou o whatsapp (83) 98665-0179.