O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), declarou à Polícia Federal que entregou “em mãos” ao ex-chefe do Executivo o dinheiro obtido com a venda de dois relógios nos Estados Unidos. É o que afirma reportagem da revista Veja publicada na quinta-feira (14).
Os dois relógios, um da marca Rolex e o outro da marca Patek Philippe, são presentes de delegações estrangeiras a Bolsonaro. De acordo com a Polícia Federal, as duas peças foram vendidas nos Estados Unidos por US$ 68.000. O Rolex foi readquirido por Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro. Já o paradeiro do Patek Philippe é desconhecido.
De acordo com a Veja, Cid relatou à PF que:
– O dinheiro da venda dos relógios foi depositado na conta de seu pai, o general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid;
– O dinheiro foi sacado em espécie e repassado “em mãos para ele [Bolsonaro]”;
– Bolsonaro estaria “preocupado com a vida financeira” porque havia sido “condenado a pagar várias multas”.
Cid teria dito também que sabia que a venda poderia ser “imoral”, mas não “ilegal”.
Defesa
A defesa de Bolsonaro afirmou em 18 de agosto de 2023 que “nunca recebeu valor em espécie de Cid referente à venda de nada”. O ex-presidente já havia dito no dia anterior (17.ago) que não “pegou dinheiro de ninguém”.
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