O Padre Egídio autorizou a venda de 270 celulares (modelo Iphone) e tabletes e ficou com o dinheiro, segundo revelou o ex-funcionário do Hospital Padres Zé, Samuel Rodrigues, na manhã deste sábado (21), durante entrevista à TV Arapuan.
Samuel Rodrigues é ex-diretor do setor de tecnologia do Padres Zé. Ele informou que o Padre Egídio pediu para separar e guardar na sala da presidência 520 aparelhos eletrônicos, entre celulares, relógios e tabletes.
“Não houve furto de celulares. O padre Egídio pediu para vender a metade dos 520 produtos. Eu vendia e entregava o dinheiro em espécie nas mãos do padre, no apartamento de luxo na orla de Cabo Branco”, relatou Samuel.
Durante a entrevista, Samuel Rodrigues explicou que na companhia do Padre Egídio, embarcaram juntos para Foz do Iguaçu, no Paraná, onde receberam por meio de doação da Receita Federal os aparelhos eletrônicos.
Escândalo
O escândalo no Hospital Padre Zé veio à tona em setembro passado, após uma denúncia de furto de celulares no local. Os equipamentos haviam sido doados pela Receita Federal para o hospital e deveriam ter sido vendidos em um bazar beneficente para angariar recursos para o hospital.
Os celulares foram furtados e vendidos e as investigações apontam para o envolvimento do Padre Egídio de Carvalho, que era diretor-presidente da unidade, e do ex-funcionário Samuel Segundo.
Após o escândalo do furto dos celulares vir à tona, o padre Egídio de Carvalho Neto, renunciou ao cargo de presidente do Hospital Padre Zé. O pedido foi aceito pelo arcebispo Dom Manoel Delson. Padre Egídio estava há mais de cinco anos à frente do hospital, fundado há quase 90 anos. Além de estar na gerência da unidade, ele também atuava como pároco da Igreja Santo Antônio, cargo do qual também renunciou.
Fortuna
A Justiça autorizou o bloqueio de contas e a quebra de sigilo bancário de Samuel Segundo, no último dia 2. O pedido de quebra de sigilo e bloqueio foi feito pela delegada Karina Torres, da da Polícia Civil, e contou com ‘prints’ de conversas de Samuel negociando a venda de iPhones e outros itens.
A delegada aponta que “restou evidenciado, com fulcro na investigação, que Samuel Segundo incorreu no delito de furto qualificado, causando o prejuízo de R$ 525.877,77 (quinhentos e vinte e cinco mil, oitocentos e setenta e sete reais e setenta e sete centavos), referente aos produtos furtados no interior do Hospital Padre Zé.”
Gaeco
No último dia 5, o padre Egídio de Carvalho foi um dos alvos dos mandados de busca e apreensão da operação deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado do Ministério Público do Estado da Paraíba (Gaeco). Além do pároco outras pessoas da administração do hospital também foram alvos.
Entre estas pessoas está a diretora administrativa do hospital, Jannyne Dantas e a tesoureira da unidade hospitalar filantrópica, a Amanda Duarte. A operação tem como objetivo apurar os fatos que indicam possíveis condutas criminosas ocorridas no âmbito do Instituto São José, do Hospital Padre Zé e da Ação Social Arquidiocesana (ASA).