Por Valter Nogueira
Há uma máxima no segmento esportivo que diz: “cair de pé!”. Quando se perde lutando, não se perde o respeito. É o caso do Fortaleza Esporte Clube, que neste sábado (28) disputou a final de um campeonato continental. Não foi dessa vez que o clube ergueu uma taça internacional, mas a performance do time cearense sinaliza glórias para um futuro próximo.
O vice-campeonato do Tricolor merece respeito, conforme destaca a imprensa esportiva nacional; de telejornais a portais de notícias.
Na decisão, o Leão do Pici demonstrou força dentro de campo, saiu na frente, mas o persistente empate por 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação levou a decisão para os pênaltis. Resultado: a vitória foi da LDU.
Para entender o sucesso do Fortaleza é preciso olhar para trás. A superação veio a partir da organização e planejamento, ingredientes que levaram o clube a figurar entre os dez melhores times da elite do futebol brasileiro.
Em seis anos, o clube foi da Série C a uma decisão internacional. No Brasileirão, faz história, estando quase sempre no topo da tabela. Mais do que isso, revolucionou suas estruturas.
Trajetória
Em 2017 o Fortaleza deixou a Série C, da qual fazia parte há oito anos. Em maio daquele ano, o então presidente Jorge Mota e seus vices renunciaram, em meio a uma crise com atrasos nos salários de funcionários e problemas de infraestrutura.
Um grupo de conselheiros do qual Marcelo Paz fazia parte assumiu a direção do clube. O presidente era Luis Eduardo Girão. Em 6 de novembro, Girão renunciou ao cargo. Marcelo Paz, então vice-presidente, assumiu o posto.
O grupo estruturou o clube, colocou as contas em dia e a partir de então os resultados vieram.
Em 2018 o Fortaleza disputou a Série B e foi campeão do certame, voltando à elite do futebol nacional. Em 2019 veio a conquista da Copa do Nordeste e o início da hegemonia estadual.
Em 2022 o Fortaleza conquistou novamente a Copa do Nordeste e disputou a Libertadores. No Brasileirão, o Fortaleza esteve acima do 10º lugar em três temporadas, com destaque para o quarto lugar de 2021.
O clube foi o primeiro nordestino a estar presente na Libertadores dois anos consecutivos. E ainda disputou pela primeira vez uma final continental.
Orçamento
A frente desde o início do processo de restruturação, Marcelo Paz profissionalizou ao extremo os processos internos. Hoje, o Fortaleza é um dos poucos clubes no país que remunera seus dirigentes.
O grande rendimento em campo repercutiu positivamente no orçamento, fazendo o faturamento do clube pular de R$ 24 milhões em 2017 para R$ 267,8 milhões em 2022. O clube mantém salários de todos em dia.
Estrutura
O clube ergueu um Centro de Excelência, construído com a participação da torcida, que arrecadou R$ 300 mil em uma vaquinha para ceder ao Leão.