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Deputada pede afastamento do presidente da CBF

A deputada federal Daniela Carneiro (União Brasil-RJ), conhecida como Daniela do Waguinho, entrou com uma petição no Supremo Tribunal Federal (STF) solicitando o afastamento imediato de Ednaldo Rodrigues do comando da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), segundo notícia veiculada nos principais veículos de comunicação do país nesta terça-feira (6).

O pedido se baseia em indícios de fraude em uma das assinaturas do acordo que viabilizou a volta de Ednaldo ao cargo, após ele ter sido destituído por decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

De acordo com a parlamentar, um laudo técnico aponta que a assinatura do Coronel Nunes, um dos cinco dirigentes que endossaram o acordo firmado entre a CBF e o STF em março de 2022, não foi feita de forma voluntária e consciente. O documento afirma que “há dúvidas pertinentes quanto às consequências da assinatura” e que o dirigente não estava em plenas faculdades mentais no momento em que firmou o termo.

A petição menciona, também, um laudo de 2023 assinado pelo médico Jorge Pagura, da Confederação Brasileira de Ginástica, que atesta que o Coronel Nunes não tinha condições físicas nem cognitivas para consentir com o conteúdo do acordo. A perícia foi realizada a pedido do vereador Marcos Dias Ferreira (Podemos-RJ) e conduzida pela perita Jacqueline Tirotti, que atua em casos de grande repercussão.

O ministro Gilmar Mendes, relator do caso no STF, analisará os novos documentos. Em janeiro de 2024, foi ele quem concedeu uma liminar permitindo o retorno de Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF, com base em “evidente perigo de dano” à entidade.

Entenda o caso

Ednaldo Rodrigues assumiu interinamente a presidência da CBF em 2021 após o afastamento de Rogério Caboclo, acusado de assédio. Em 2022, o Ministério Público do Rio de Janeiro e a CBF firmaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que, na prática, garantiu a eleição de Ednaldo ao comando definitivo da entidade. Esse acordo foi anulado pelo TJ-RJ em dezembro de 2023, o que motivou sua saída do cargo até a decisão liminar de Gilmar Mendes no mês seguinte.

O acordo contestado foi assinado por representantes de cinco federações, incluindo Rogério Caboclo, Fernando Sarney, Gustavo Feijó, Castellar Guimarães Neto e o Coronel Nunes — este último, agora alvo da nova controvérsia judicial.

O julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que trata do caso está marcado para 28 de maio. O processo chegou a ser analisado pelo ministro Flávio Dino, que pediu vista em outubro de 2024 e já devolveu os autos para deliberação. Apesar de Gilmar Mendes ter arquivado a ação anteriormente, o julgamento segue previsto, agora com novos elementos para avaliação do Supremo.

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Valter Nogueira

Valter Nogueira de Amorim, jornalista profissional, é o editor-chefe do blog. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal da Paraíba (1988). Atuou nos principais jornais impressos do Estado, tais como A União, O Momento, Correio da Paraíba e O Norte. No campo administrativo, foi secretário de Comunicação da Prefeitura Municipal de Santa Rita (1997-2005), assessor de Imprensa da Prefeitura de Pedras de Fogo (2008). Exerceu, também, o cargo de gerente de Comunicação do Tribunal de Justiça da Paraíba, no período de fevereiro de 2015 a janeiro de 2019. No período de maio de 2024 a março de 2025, Valter Nogueira respondeu pela ASCOM do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba.