Por Valter Nogueira
Foi deflagrada nesta quarta-feira (24) a primeira paralisação geral contra as medidas econômicas do governo de Javier Milei, na Argentina. O evento foi aberto com uma caminhada rumo ao prédio do Congresso, em Buenos Aires.
Com o lema “o país não está à venda”, a paralisação geral foi convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), a maior central sindical do país, a partir do meio-dia (mesmo horário em Brasília). A previsão é que dure 12 horas. A Confederação de Trabalhadores Argentinos (CTA), segunda maior central sindical, também aderiu, assim como setores do peronismo.
A onda de protesto ao governo argentino não parte, apenas, da classe trabalhadora. Milei começa a enfrentar também oposição e desconfiança de empresários e investidores.
Recente matéria da Reuters revela que os mercados argentinos, que dispararam depois que o presidente Javier Milei assumiu o cargo há pouco mais de um mês, agora estão dando ao líder libertário uma dose de realidade. Preços dos títulos caindo, peso se enfraquecendo novamente e os investidores cautelosos com os novos leilões de dívida do governo.
De acordo com a matéria da Reuters, o banho de água fria dos investidores, após uma lua de mel inicial, ressalta o enorme desafio que Milei enfrenta ao tentar conter a inflação — que se aproxima de 200%.
Em outras palavras, a euforia com a chegada de Milei à presidência da Argentina começa a se dissipar em menos de dois meses de governo.
Reflexão
Javier Milei, para chegar à Casa Rosada, parece ter prometido uma mercadoria que sabia não ter condições de entregar em curto prazo. E o povo argentino – incluindo parte de seus apoiadores – , perece ter percebido o calote em tempo hábil.