Frente a frente com Alexandre de Moraes e diante das câmeras, o ex-presidente Jair Bolsonaro pediu desculpas ao ministro. Bolsonaro se retratou por ter insinuado que Moraes e outros ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) teriam recebido milhões de dólares de forma ilegal durante o processo eleitoral de 2022.
Bolsonaro afirmou que “não tinha indícios”, ao ser indagado por Moraes sobre o assunto em questão.
“Quais eram os indícios que o senhor tinha de que nós estaríamos levando US$ 50 milhões, US$ 30 milhões?”, questionou o magistrado.
“Não tenho indício nenhum, senhor ministro. Tanto é que era uma reunião para não ser gravada. Era um desabafo, uma retórica que usei. Se fossem outros três ocupando, eu teria falado a mesma coisa. Então, me desculpe. Não tinha essa intenção de acusar de qualquer desvio de conduta dos senhores três”, respondeu Bolsonaro.
A propósito, a falta de indícios perpassa 99% das acusações feitas por Bolsonaro durante as eleições, tudo feito sem provas, a exemplo dos ataques as urnas eletrônicas.
A possibilidade real de não ser reeleito bateu à porta de Bolsonaro. Isso explica, talvez, o desespero do então presidente ante a iminência de perder uma eleição sentado na cadeira presidencial – realmente, não é fácil!
No depoimento no STF, nesta terça (10), Jair admitiu o que todo político sabe: é indigesto perder uma eleição.
“Quando você perde uma eleição, é um vazio que o senhor não imagina”, disse Bolsonaro ao ministro Alexandre de Moraes sobre os meses que se seguiram à sua derrota para Lula, em outubro de 2022.
Flerte
A verdade é que – mesmo negando – Bolsonaro flertou com golpe militar durante todo o governo dele, realidade que ficou mais latente quando ele perdeu a eleição. Em outras palavras, o plano de golpe não foi à frente por falta de apoio do Exército.
Mas o tempo passou, não houve golpe!
Hoje, sem o escudo da presidência, Bolsonaro parece outro, menos aloprado. Sem a armadura do poder, Bolsonaro pede desculpas!
Resumo da ópera
Tem gente que, quando no poder, grita; ruge como um leão. Fora do poder, mia como um gatinho!