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Assessor de Tarcísio pego pela PF com R$ 2,1 milhões em dinheiro

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blankEm ação desencadeada nesta quarta-feira (12), a Polícia Federal realizou buscas em endereços ligados a um diretor da Secretaria de Governo da gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo. O diretor era responsável por articular repasses a municípios na região de Campinas.

Mario Botion, que ocupava o posto de diretor de Convênios no escritório regional, deixou o cargo poucas horas depois da ação.

A operação ocorre na mesma semana que um outro integrante do governo Tarcísio, o secretário de Segurança Pública licenciado Guilherme Derrite (PP-SP), que reassumiu seu mandato de deputado na Câmara, tentou empurrar à força uma alteração no PL Antifacção enviado pelo Palácio do Planalto, do qual ele é relator, para impedir a Polícia Federal de fazer investigações contra o crime organizado nos estados. Para Derrite, as investigações nos estados deveria ficar sob a autoridade dos governadores e de suas polícias locais.

A ação desta tarde contra Botion integrou a operação Coffee Break, conduzida pela PF em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), e que teve como foco irregularidades em contratos de fornecimento de material didático para prefeituras. Em Limeira, onde Botion exerceu dois mandatos como prefeito até o fim do ano passado, os agentes localizaram R$ 2,1 milhão em espécie em um dos imóveis vistoriados.

A investigação abrange empresas de Sumaré e Hortolândia e resultou no cumprimento de 50 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Paraná e Distrito Federal. “As investigações apontaram indícios de crimes contra a Administração Pública, incluindo fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, além de superfaturamento e tráfico de influência”, informou nota divulgada pela controladoria.

Botion foi indicado para o cargo em 31 de julho deste ano pela Secretaria de Governo, comandada por Gilberto Kassab. Ele responde atualmente a duas ações de improbidade administrativa na Justiça paulista, ainda sem decisão final.

A Polícia Federal, que seria “emparedada” por Tarcísio e seu grupo caso obtivessem sucesso com a alteração ao PL, detalhou os possíveis delitos cometidos pelo assessor do governo de São Paulo em comunicado oficial destinado à imprensa: “Os investigados poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro, contratação direta ilegal e organização criminosa”.

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Valter Nogueira

Valter Nogueira de Amorim, jornalista profissional, é o editor-chefe do blog. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal da Paraíba (1988). Atuou nos principais jornais impressos do Estado, tais como A União, O Momento, Correio da Paraíba e O Norte. No campo administrativo, foi secretário de Comunicação da Prefeitura Municipal de Santa Rita (1997-2005), assessor de Imprensa da Prefeitura de Pedras de Fogo (2008). Exerceu, também, o cargo de gerente de Comunicação do Tribunal de Justiça da Paraíba, no período de fevereiro de 2015 a janeiro de 2019. No período de maio de 2024 a março de 2025, Valter Nogueira respondeu pela ASCOM do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba.