Ninguém escapa ao julgamento da história; o tempo não protege culpados, apenas aguarda a hora certa para punir. Mais cedo ou mais tarde, a sentença chega. Trocadilhos à parte, as frases se encaixam no complexo processo de ascensão e queda do ex-presidente Jair Bolsonaro – ascensão efêmera, por sinal.
Tudo começa em torno de uma crença fanática em um suposto mito, produzindo o que a ciência chama de “delírio coletivo”. Bolsonaro emerge a partir de um movimento criado com base na propagação de informações, ideias e valores falsos, inclusive, com frases de efeitos copiadas do nazismo.
Nunca é demais destacar que momentos de fragilidade político/econômico em um país se tornam campo fértil à ascensão de falsos líderes.
Pseudos líderes aparentam força, se mostram corajosos, mas, ante a primeira situação adversa, revelam covardia; são frouxos, por assim dizer. No poder, rugem como um leão; fora dele, miam fino como um gatinho.
Bolsonaro, eleito presidente, pensou que podia tudo. Esboçou um perfil aloprado, agressiva, beligerante, como forma de intimidar os adversários. Na cadeira da Presidência, Bolsonaro, por meio das milícias digitais, promoveu e patrocinou a desinformação, disseminada intencionalmente. O objetivo não foi outro senão causar danos potenciais à paz, aos direitos humanos e à ordem democrática.
Ainda no poder, tentou explodir os pilares da Democracia Brasileira, com ataque às instituições democráticas; quis desmoralizar a Justiça.
O ex-presidente defendeu a ditadura militar. Pior, fez apologia à tortura. Fez exaltação ao coronel Ustra – carrasco torturador dos anos de chumbo, ex-chefe dos centros de tortura e assassinato de pessoas que se opunham à ditadura militar.
Por ironia do destino, Jair Bolsonaro termina a vida pública da forma como começou. Isto é, na prisão. Por sorte, está preso em um estado democrático e não em um regime de exceção, onde a tortura era o castigo dado aos presos que atentavam contra o regime.
Negacionista
Negacionista de carteirinha, Bolsonaro desprezou a ciência, desdenhou da doença (Covid-19), fez achincalhe com os enfermos, menosprezou a morte. Depois, fora do poder, invocou a doença para tentar se livrar dos crimes cometidos. Agora, se diz debilitado ao encarar a prisão.
Última
– E daí, eu não sou médico! Essa frase seria própria daquele Bolsonaro aloprado, caso alguém alegasse doença para não ser preso.
Por Valter Nogueira