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Tribunais de 13 estados descumprem prazo legal da Lei Maria da Penha

A Bahia é apontado como o estado mais lento; lei exige resposta em até 48 horas
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blankTribunais de Justiça de 13 estados seguem descumprindo o prazo legal de 48 horas para analisar pedidos de medidas protetivas, aponta reportagem divulgada pelo jornal Folha de São Paulo a partir de dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que apontam a Bahia como o estado com maior lentidão: em 2024, a média chegou a 16 dias.

A legislação exige resposta imediata do Judiciário em casos de risco à integridade física, psicológica, sexual ou patrimonial das mulheres. Além da Bahia, o descumprimento da norma foi registrado no Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Ceará, Minas Gerais, Espírito Santo, Santa Catarina, Paraíba, Alagoas, Piauí, São Paulo, Pernambuco e Sergipe.

De acordo com a reportagem, na Bahia, o Tribunal de Justiça alega falhas de codificação nos sistemas como justificativa para os números, mas admite que o tempo médio segue acima do permitido: 16 dias. A Defensoria Pública e a OAB do estado também atribuem os atrasos à ausência de estrutura adequada para lidar com os casos de violência doméstica.

Apesar de avanços legislativos recentes, como o aumento da pena para o descumprimento da medida protetiva, o sistema ainda falha. Muitos juízes seguem exigindo provas documentais para conceder proteção em casos de violência psicológica e patrimonial – o que contraria jurisprudência que reconhece a palavra da vítima como suficiente.

A matéria informa, também, que o CNJ afirmou à Folha de São Paulo que desenvolve um novo sistema digital para permitir que vítimas solicitem medidas protetivas diretamente pela internet. A ferramenta deve estar disponível até o final do semestre, mas, até lá, milhares de mulheres seguem vulneráveis à espera de uma decisão que deveria ser urgente por lei.

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Valter Nogueira

Valter Nogueira de Amorim, jornalista profissional, é o editor-chefe do blog. Formado em Comunicação Social pela Universidade Federal da Paraíba (1988). Atuou nos principais jornais impressos do Estado, tais como A União, O Momento, Correio da Paraíba e O Norte. No campo administrativo, foi secretário de Comunicação da Prefeitura Municipal de Santa Rita (1997-2005), assessor de Imprensa da Prefeitura de Pedras de Fogo (2008). Exerceu, também, o cargo de gerente de Comunicação do Tribunal de Justiça da Paraíba, no período de fevereiro de 2015 a janeiro de 2019. No período de maio de 2024 a março de 2025, Valter Nogueira respondeu pela ASCOM do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba.